Com
recheio aparente, 'naked cakes' roubam espaço dos bolos com pasta americana
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DANIELLE NAGASE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Deixe de escanteio o chantili, o marshmallow, os confeitos. Idem para a pasta
americana, aquela cobertura branca linear, à base de açúcar, cheia de pompa.
É assim, simples e sem "fru-frus", o visual dos bolos notados
ultimamente nas grandes festas de São Paulo. São os "naked cakes",
também conhecidos por aqui como "bolos pelados". Intercalam camadas
de pão de ló com generosas colheradas de recheio, tudo aparente, à vista, sem
cerimônia.
Nos detalhes, frutas frescas, flores comestíveis e um tantinho de açúcar
de confeiteiro para polvilhar no final.
São bolos que fizeram fama nos Estados Unidos e na Inglaterra e que
começam a encantar os confeiteiros paulistanos. E, aos poucos, tomam o espaço
antes ocupado pelos bolos decorados com pasta de açúcar, sobre as quais são
modeladas figuras e figuras (cenográficas, até!).
Para o chef Guilherme Bomfim, que aceita encomendas, a graça desses
bolos é que sem a cobertura da pasta americana, "entregam logo de cara o
que seria descoberto só na boca".
E o que revelam é uma massa delicada e leve; um recheio suculento e cremoso, a escorrer pelas laterais. "Quem resiste?", quer saber Bomfim.
E o que revelam é uma massa delicada e leve; um recheio suculento e cremoso, a escorrer pelas laterais. "Quem resiste?", quer saber Bomfim.
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Bolo pelado com frutas
vermelhas, do chef Guilherme Bomfim
MAIS RÚSTICOS
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"E daí que são lindos? Um bolo precisa ser saboroso também",
afirma o chef Guilherme Bomfim, que não utiliza pasta americana em seus bolos.
"Tem gosto ruim."
Entre as opções que oferece, destacam-se os "naked cakes",
cuja demanda cresceu 30% nos últimos seis meses. "São rústicos e seguem
uma linha 'comfort food', diz.
Além de explorar as frutas na decoração, Bomfim também utiliza massas
coloridas artificialmente para valorizar a apresentação.
A confeiteira Nina Sigrist, que fornece bolos para festas produzidas
pelo bufê Charlô e pelo Manioca (um anexo do restaurante Maní), diz que a
demanda pelos "bolos pelados" cresceu 20% do ano passado para cá.
São bolos que costumam ter melhor custo-benefício. São menos trabalhosos
e, geralmente, mais econômicos.
No ateliê da confeiteira Manô Andrade, que faz doces sob encomenda, um
exemplar de "bolo pelado" decorado com frutas, por exemplo, custa R$
85 o quilo.
Já por um bolo embalado em pasta americana e com figura modelada em
açúcar cobra-se R$ 120 o quilo.
DEGRAUS
Para preparar um "naked cake", não é preciso dominar a arte da
confeitaria. Podem surgir, no entanto, dificuldades na hora da montagem.
Basta assar a massa, geralmente um pão de ló, e preparar o recheio -pode
ser uma ganache (à base de manteiga e creme de leite fresco) ou um creme de
confeiteiro (à base de farinha, açúcar, leite e ovos). Para montar os andares
do bolo, é preciso intercalar massa e recheio.
"Para quem não tem prática, vale começar com bolos mais baixos e
depois subir os degraus", orienta o confeiteiro Diego Lozano, da escola de
doces que leva seu nome.
Também é preciso cuidar para que a massa não resseque. "Sem
cobertura, os bolos ficam sem proteção. Por isso, devem ser preparados com, no
máximo, um dia de antecedência", diz Nina.
É um bolo delicado. Para que não desmorone, é melhor evitar transportes
turbulentos. Melhor ainda, para garantir, é montá-lo no próprio local onde será
servido.
Disponível: http://www1.folha.uol.com.br/comida/2013/05/1278463-com-recheio-aparente-naked-cakes-roubam-espaco-dos-bolos-com-pasta-americana.shtml
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