quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Comida é um quadro a se pintar!

Uma Reflexão

              Segundo DaMatta, “... nem tudo que é alimento é comida. Alimento é tudo aquilo que pode ser ingerido para manter a pessoa viva; comida é tudo que se come com prazer. O alimento é a moldura; mas a comida é o quadro”.
 E o que gera o prazer gera a união. União por vários motivos, familiares, de trabalho, amorosos, entre outros.
 Nas reuniões familiares, estas sempre mais divertidas, podemos observar uma cultura bem brasileira onde tias, tios, avós, avôs, pais e mães que adoram cozinhar ou tem o dom de fazê-lo podem exercitar esse poder de se doar através da comida e são nesses momentos especiais que o orgulho de seu feito é posto a prova. Para eles a satisfação é garantida, pode ter certeza, com um elogio, um ato de carinho.
 Carinho, afeto, harmonia e conforto, todos os atributos que a comida gera nesses encontros.  Estão presentes, os aromas, o aconchego, a fartura, as sensações e percepções da união causada pela comida, cercados pelas pessoas amadas e amigas.
Vamos pintar o quadro?
Referência:
"O que é o Brasil"
DAMATTA, Roberto. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Músicas para cozinhar - Parte 2

Mais um set de música maravilhoso para se escutar cozinhando!!!Esse especialmente com músicas brasileiras que nos remete a nostalgia.....imperdível!!!É só fazer o download e se deliciar.



By DJ Peri Zorzella

Receita: Bolinho de Cuscuz

  Bolinho de cuscuz de frango recheado com queijo meia cura

1- Caldo de frango

Ingredientes:
1 peito de frango sem pele, 1 cenoura, 1 talo de salsão, 2 cebolas, 2 dentes de alho, 2 folhas de louro, talos de salsinha, 2 colheres de sopa de óleo.

Modo de preparo:

- Lavar o peito de frango em água e vinagre, retirar a pele, se preferir, e reservar;
- Enquanto isso colocar uns 2litros de água em uma panela e ferver;
- Lavar os legumes (cenoura, salsão, cebolas) e os talos de salsinha, picá-los grosseiramente, pedaços médios;
- Em uma colher de sopa de óleo, refogue a cenoura, o salsão, as cebolas, as folhas de louro e os dentes de alho. Assim que a cebola murchar e dourar levemente, colocar o peito de frango, em seguida os talos de salsinha;
- Coloque a água que já esta quente e cubra o peito de frango. Deixe cozinhar em fogo médio até o frango estar cozido e macio;
- Retirar o peito de frango, desfiar e reservar;
- Peneirar o caldo e reservar;
- Se for de interesse, utilizar os legumes cozidos em outro prato, como uma torta, ou um arroz primavera. O que a criatividade mandar!

2- Molho de cuscuz

Ingredientes:
Frango desfiado (aquele cozido anteriormente), quantidade de 1 lata de ervilha (pode-se optar por ervilhas frescas ou congeladas), milho (opcional), 4 a 5 unids. de palmito picado, 3 tomates picado em cubo e sem sementes, 1 unid. de pimentão vermelho sem sementes picado em cubos, 1 cebola picada em cubos, 2 dentes de alho picados em cubos pequenos, 1 ou 2 pimentas dedos-de-moça sem sementes picadas em cubinhos (opcional e a gosto), 200g de molho de tomate, azeitona a gosto.

Modo de preparo:
- Refogar o alho e a cebola, em azeite ou óleo, até murchar, acrescentar o pimentão e tomate picado e deixar amolecer até formar um molhinho;
- Acrescentar o frango desfiado, misturar e salgar levemente;
- Acrescentar o resto dos ingredientes;
- Acrescentar o molho de tomate e cobrir tudo com o caldo de frango reservado;
  Acertar o sal a gosto.

3- Engrossar o molho 

Ingredientes:
Farinha de milho amarela ou branca, o quanto baste.

Modo de preparo:
- Coloque em uma tigela, aproximadamente, 300 a 400g de farinha.
   Se necessário acrescentar ou diminuir a farinha;
- Acrescente um pouco de caldo só para umedecer e comece a esfarelar a farinha com a mão até ela    ficar solta, fofa e úmida, nesse momento pode-se acrescentar cheiro verde picado na farinha;  
- Com o molho de cuscuz na panela e em fogo baixo, vá acrescentando a farinha e vá mexendo sem parar até ela engrossar e começar a desgrudar do fundo da panela. Essa é a consistência para o bolinho de cuscuz;  
- Coloque em um recipiente para esfriar e cubra com filme plástico para não formar uma crosta em cima;
- No caso do cuscuz mole é só controlar a quantidade de farinha até ficar com uma consistência mole para se comer de colher. Lembrem-se de servir quente.

4- O Bolinho de cuscuz

Ingredientes:
O cuscuz pronto e frio, queijo meia-cura ralado fino, leite, 1 ovo, farinha de trigo, farinha de rosca e óleo para fritura. 

Modo de preparo:
- Separar os ingredientes em tigelas, exceto o óleo;
- Colocar o óleo em uma panela para fritar o bolinho em imersão;
- Com uma colher de sopa de cuscuz começar a formar bolinhos, fazer um furo no meio, rechear com o queijo, fechar e terminar de enrolar até virar um bolinho redondo. E assim seguidamente. Se começar a grudar use óleo para untar as mãos;
- Passar na farinha de trigo, em seguida no leite e o ovo e por último na farinha de rosca;
- Esquentar o óleo e fritar. Secar em papel toalha e servir.

Bom apetite!!!

Deixe seu comentário.
Sol Caldeira

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cuscuz Paulista X Cuscuz Mole


“A culinária paulista, com influência portuguesa, indígena e negra, é rica, variada e saborosa. Em alguns aspectos, toca de leve a culinária mineira (afinal somos vizinhos). Tem temperos cheirosos, emprega muito a mandioca, o milho, o cará e o fubá.” (RAMOS, 1996:5).
O assunto da vez é o tradicionalíssimo cuscuz paulista e sua versão caipira, o cuscuz mole (de festas juninas e quermesses).
O cuscuz paulista, praticamente, dispensa apresentação, sendo um dos pratos mais conhecidos da culinária paulista e, de acordo com a tradição, é feito no cuscuzeiro de bafo até ficar firme (duro), sendo que, diferentemente do que se pensa o milho em grão não está entre seus ingredientes e sim a ervilha, sendo também acrescentada ao mesmo a sardinha. Come-se frio. É o que diz a tradição. Há que se considerar, entretanto, que cada família tem a sua forma de preparo e não há nada de errado nisso.
“O cuscuzeiro de bafo permite que o alimento cozinhe no vapor. Caso você não disponha de um, prepare o cuscuz do modo tradicional, passe-o para uma forma comum, tampe-a e leve-a ao fogo, em banho-maria. Pra servir vire a forma em uma travessa.” (RAMOS, 1996:21). 
A diferença para o cuscuz mole é que, como o próprio nome diz, o cuscuz é mole e é servido quente. Geralmente é preparado com frango desfiado e servido em copos de plástico e se come com uma colher. Reina nas festas juninas e  quermesses do interior, principalmente na região de Piracicaba, onde é típico.
Há controvérsias em relação ao uso da farinha de milho branca e a amarela, sendo a amarela a mais utilizada. Segundo Orlando Louvandini, conhecido pelo preparo do cuscuz mole nas Festas do Divino de Piracicaba por anos a fio, o cuscuz se faz com farinha de milho branca, preparada de maneira própria, sendo que ele segue uma receita tradicional de mais de 100 anos, originada de uma família africana.  
Dica da Chef:  Bolinho de cuscuz de frango recheado com queijo meia cura.
Referência:
 "A Cozinha Paulista"
Ramos, Regina Helena de Paiva. São Paulo: Melhoramentos, 1996. 

 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Dificuldades na Gastronomia

Opinião
Uma das maiores dificuldades que encontramos no setor de A&B (alimentos e bebidas), no meu caso, a cozinha, é a mão-de-obra qualificada, a qual seria ocupada por aspirantes a cozinheiros, sem a oportunidade de se especializar em um curso gastronômico, e por estudantes de gastronomia. Os estudantes que pagam caro pela faculdade querem sair logo como Chefs e não é bem assim.
Em uma cozinha existe um trabalho hierárquico, começando com os lavadores, seguido pelos auxiliares de cozinha, pelo segundo cozinheiro, seguido do primeiro cozinheiro, subchefe e o Chef executivo. E claro, haverá mais cargos onde as estruturas são maiores.
 Aparecem dificuldades com os estudantes que, em sua maioria, se iludem com o lado glamouroso da profissão, a qual está muito ligada ao ego das pessoas. Os estudantes deparam-se com a realidade da profissão, na qual muitos não gostam de começar suas atividades como simples lavadores ou auxiliares, esquecendo-se da hierarquia que uma cozinha exige.
Com relação aos aspirantes a cozinheiros sem curso especializado, principalmente no início das atividades, topam tudo pela frente e muitas vezes até os mais dedicados dentre eles desistem quando percebem o trabalho intenso de uma cozinha. Por isso existe uma alta rotatividade de mão- de-obra no setor.
O ambiente em uma cozinha, em geral, é muito quente, são longas jornadas de trabalho, bem estressante, sob muita pressão dos chefs, sem descansos aos finais de semana, horários incomuns e os salários não condizentes com as atividades faz com que muitos desistam. Por outro lado, aqueles que estão dispostos a tudo e aceitam começar o trabalho como lavadores e irem subindo na carreira, são os que realmente pegam gosto pelo trabalho e, quando isso acontece, é muito gratificante porque é quase certeza que dali vai sair um bom cozinheiro ou chef. Além dessa questão da mão de obra, a qual exige uma boa seleção de candidatos que nem sempre é uma condição assertiva, existem inúmeras outras responsabilidades que uma cozinha profissional exige, como lidar com custos, lidar com fornecedores, aplicar as normas e regras que a lei exige, qualidade e padrão, tudo que uma boa gestão gastronômica necessita resolver, sendo muito importante e necessário um bom relacionamento entre o Chef de cozinha, e/ou responsável por ela, e o proprietário ou sócios.
Aproveito esse momento para homenagear todos àqueles que nunca desistiram, se apaixonaram pela profissão gastronômica e se dedicaram e se dedicam a ela com muito amor e esforço.

 
De acordo com Alexandra Forbes, colunista gastronômica da Folha de São Paulo, “Chefs nas listas dos melhores do mundo não chegam lá por acaso. Há que saber cozinhar e criar menus autorais com maestria, mas isso não basta. A verdade é que por trás de um nome que atinge fama e sucesso há um chef que maneja super bem mídia e outros relacionamentos, dá atenção quando realmente conta e, acima de tudo, esbanja carisma. O carisma move montanhas".
Sol Caldeira


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Notícia quente!


 Saiu no Estadão de ontem, dia 21/02/2013, “Comida estragada é encontrada no Copacabana Palace”, segundo a matéria no link: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/comida-estragada-%C3%A9-encontrada-no-copacabana-palace

Opinião

Não poderia deixar de comentar algo tão grave como isso. Um hotel de alto padrão, sofisticado e conceituado como o Copacabana Palace é de se admirar que atitudes como essas ocorram.
Na verdade é inadmissível e aproveito para valorizar ainda mais a importância da gestão gastronômica em qualquer lugar, desde um trailer de rua a um dos hotéis mais caros do Brasil e reconhecidos internacionalmente.
Gastronomia não se mantém somente de Chefs de cozinha famosos, existe uma gestão e responsabilidade por trás de tudo que proporciona a estrutura para que esse Chef e o prato sejam reconhecidos. E justamente, para todo esse processo existem as leis regulamentadas para o estabelecimento seguir e, nesse caso é necessário firmeza e rigidez.
Fiquei muito surpresa com uma notícia dessas, mas saibam que é possível trabalhar da maneira mais correta e higiênica e satisfazer o cliente honestamente.

Sol Caldeira

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cozinha é doação!

Uma reflexão

Não sei explicar ao certo meu envolvimento com a cozinha, tento achar explicações em referências familiares, já tive bisavó cozinheira e dona de bar, já tive avô padeiro, e tenho mãe e tias com o dom de cozinhar. Pode estar nas veias, mas só fui descobrir minha vocação aos 24 anos, e foi “paixão à primeira vista”, me completou. Quem se envolve com a gastronomia compreende este sentimento.
 E desde então tudo na minha vida mudou, minhas escolhas pessoais e profissionais, fui atrás de um sonho não achando que era tarde demais, mas que ainda estava em tempo. Acreditei nessa paixão e nunca mais parei. Motiva-me e me move até hoje. Se envolver com cozinha profissional é algo muito intenso. Os resilientes* e apaixonados que vivenciam isso sabe a satisfação, prazer e loucura que é, e como nos domina.
Muitas vezes me sinto uma alquimista em meu laboratório, outras uma bruxa com seu caldeirão. A cozinha é mágica, cheia de energia, cheia de vida, tem calor, é afrodisíaca com todos seus sabores e aromas. 
 E repito: cozinha é doação!

*Significado de Resiliente
adj. Que apresenta resistência ao choque.
Referência:
Dicionário Aurélio

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Superstições caipiracicabanas


 

  Para saber o sexo do bebê, deve-se esperar que a mulher atinja o sexto mês de gravidez. Daí, coloca-se um quiabo numa panela com água, leva-se ao fogão, e espera-se ao quiabo ferver. Depois de fervido, retira-se o quiabo da panela e coloca-se por alguns segundos em banho de água fria. Se o quiabo abrir, a criança que irá nascer será menina; se ficar fechado será menino.
 
Vou aproveitar a brincadeira e falar um pouco sobre o ingrediente quiabo, já que ele não serve somente para saber o sexo de bebês.
O Quiabo
“É uma cápsula de uma planta anual, cultivado nas regiões tropicais e subtropicais. Originário da Etiópia, se espalhou pelo resto da África e depois ao redor do mundo. Tem sabor suave e adocicado, conhecido por sua textura viscosa (a baba) e tenra.” (PUBLIFOLHA, 2011:257).
Seu consumo tem que ser fresco, pois não se conserva por muito tempo. Use no dia da compra. Famoso nos pratos clássicos, "Frango com quiabo" ou "Quiabo com carne moída", também pode ser cozido a vapor, em ensopados ou molhos, ser frito no fubá, refogado, picles, cru fatiado em saladas, e o que a criatividade mandar!
 Bom para ser temperado com manteiga, alho, pimenta, curry, entre outros a gosto.
Para quem prefere sem a “baba” deixe coberto com água com 2 sucos de limões ou ½ copo de vinagre por uns 30 mins. Aumente conforme a quantidade.
Referência:
"O grande livro dos ingredientes"
PUBLIFOLHA (Coord.). São Paulo : Publifolha, 2011. 544 p.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Ervas aromáticas e Especiarias

Esse espaço é reservado para um dos principais produtos, senão, os principais, para os pratos de uma cozinha, as ervas aromáticas e especiarias. Periodicamente estarei postando sobre algumas ervas ou especiarias por serem essenciais e de uma enorme importância quando o assunto é gastronomia.
De acordo com Norman (2004:8) "a palavra erva deriva do latim herba, que significa erva ou, por extensão, verdura: no início aplicava-se a uma imensa variedade de legumes de folha. A maioria da ervas culinárias que utilizamos desenvolve-se em climas temperados. Já as especiarias são produtos de plantas tropicais: raízes aromáticas, sementes, frutos. A palavra especiaria também tem origem do latim species, que significa tipo. É certo que as especiarias sempre foram um artigo importante mesmo no tempo dos Romanos.”

                Escolhi as duas especiarias consideradas as mais caras do mercado, o açafrão e a baunilha em fava, respectivamente;

Vamos entender o motivo disso:

“O açafrão são estigmas secos dos crocos ou rosas de açafrão. Oriundo do Mediterrâneo e da Ásia Ocidental, era usado pelas civilizações ancestrais como corante e também para aromatizar alimentos, vinhos. A Espanha é seu maior produtor. São precisas cerca de 80 000 rosas para se obter 2,5kg de estigmas, que produzem 500g de açafrão depois de torrados. Não é, pois de admirar que esta seja a especiaria mais cara do mundo.”  (NORMAN, 2004: 190)

Se confunde muito com o açafrão da terra ou cúrcuma, que é um rizoma e não corresponde ao açafrão de estigma.
Imagem de um estigma:

 
O açafrão é ingrediente essencial no famoso prato espanhol Paella, que vem do latim patella, que é uma espécie de bandeja usada na Roma Antiga, atualmente uma espécie de frigideira, de ferro ou aço.  O açafrão é o responsável pela coloração amarela na paella.

“A baunilha é a segunda especiaria mais cara logo a seguir ao açafrão porque, tal como o açafrão, sua produção é muito laboriosa e dispendiosa. A polinização das plantas tem de ser feita à mão, a colheita das vagens é difícil e verifica-se um processo de cura bastante moroso. Ela é o fruto de uma orquídea perene e trepadeira, oriunda da América Central”. (NORMAN, 2004: 154)

Para utilizá-la é necessário cortar a fava ao meio e raspar as minúsculas sementes pegajosas e pretas com a ponta de uma faca. Utilizada para sorvetes, sobremesas, cremes, aromatizar bebidas alcoólicas, aromatizar cafés, a fava pode ser usada para aromatizar açucar, entres outros. O que a criatividade mandar!

Em sua substituição usa-se aroma de baunilha, em líquido, uma forma mais econômica.

Referência:

"ervas aromáticas e especiarias"

Norman, Jill. Porto : Civilização, 2004. 336 p.
Sol Caldeira

 

Piracicaba que eu adoro tanto...!!!

Uma homenagem à nossa cidade e a todos os caipiracicabanos, vale a pena dar uma espiada no vídeo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Gastronomia: que moda boa!

Opinião

Entende-se por gastronomia uma comida de alta qualidade e que, atualmente, está se tornando acessível a todos que se interessam. A culinária de Chefs está muito mais variada do que há alguns anos atrás. Hoje temos comidas criadas por Chefs de Cozinha  em bares, restaurantes, hamburguerias e também em fast foods.

Isso é uma conquista muito importante para o setor alimentício e embora a gastronomia possa ser considerada por muitos uma profissão da moda, posso afirmar, pela minha própria experiência vivida, que é uma profissão de grande importância, que está mudando o olhar das pessoas em relação às exigências e qualidades inseridas no alimento e que, felizmente, o entendimento da gastronomia como  moda ajudou a divulgar uma profissão de extrema importância que não está ligada ao glamour, mas sim, à higiene alimentar,  qualidade dos produtos e sua manipulação, apresentação dos pratos, sabor da comida, carinho e amor ao que se prepara. Todas essas variáveis estão relacionadas a boa gestão gastronômica.

Há uns 10 anos atrás, a gastronomia estava ainda muito ligada à alta gastronomia, aquela mais inacessível, principalmente por questões de uso de produtos importados e de altos preços. Entretanto, observa-se hoje uma transformação ocorrendo no setor, valorizando produtos nacionais, regionais, comida simples feita com qualidade e carinho e um preço bem mais acessível. Nos dias atuais, na gastronomia de Bar, por exemplo, encontra-se padrão e qualidade que só se encontravam na alta gastronomia. Existem várias tendências e linhas gastronômicas como a slow food, comfort food, vegetariana, comida de buteco, cozinha brasileira, valorizando produtos brasileiros, de norte a sul. Aliado a isso, observam-se influências latinas americanas como a cozinha peruana que mostrou ao mundo uma culinária da maior qualidade, variedade e bastante popular!

Atualmente, a gastronomia está indo para as ruas de São Paulo em feiras gastronômicas, dando oportunidade a novos e talentosos Chefs. A comida caseira, que sua mãe, sua avó e tia faziam ou ainda fazem para a família, tem passado também pelas mãos de Chefs, conceituados ou não, que realizam uma releitura digna e merecedora do que é uma comida simples.

Além de melhorar a qualidade do setor, a gastronomia também age como integradora social, dando oportunidades às pessoas carentes e com boa vontade em aprender a ganhar um espaço na profissão. Portanto, é uma profissão com grande responsabilidade social e de inclusão social.

Que bom que a gastronomia virou moda, pois mudou o rumo do setor alimentício para muito melhor. E como sempre digo comida boa muda a vida da gente!!!

Sol Caldeira

Músicas para cozinhar - Parte 1

Para os amantes da cozinha, sugestões de músicas para se deliciar em momentos especiais.
Estarei postando periodicamente sets de músicas saborosas para vocês.
DJ Peri Zorzella



http://www.mixcloud.com/peri/cuzinha-cia-2010-dj-peri-zorzella-for-cooks-only/?utm_source=widget&utm_medium=web&utm_campaign=base_links&utm_term=resource_link

Receita: Creme Inglês

“Pode ser considerado o creme-base da confeitaria. Feito de leite ou creme de leite, açúcar, gemas e baunilha. É muito usado para acompanhar sobremesas, pois confere textura  cremosa e suaviza o sabor. Além da baunilha, pode-se aromatizá-lo com café, raspa de cítricos, especiarias, etc.”  (ASSIS, 2007:475)

Receita referente a dica da Chef na matéria da Pamonha:

Creme de leite fresco ou leite  250ml

Gemas                                           3unids
Açucar                                            75gr

Baunilha de fava                          1/4

Raspa de limão siciliano             1/2 (opcional)

Grãos de café quebrados           5unids (opcional)
(ASSIS, 2007: 476)
Modo de preparo: Misturar as gemas com metade do açúcar em uma tigela.
Aquecer os 250ml de creme de leite ou leite com a outra metade do açúcar em fogo baixo. (sem ferver).
Adicionar o creme de leite com as gemas e misturar, voltar a mistura ao fogo baixo (sem ferver), sempre mexendo (para não talhar) até atingir o ponto napê.
Ponto napê: é aquele ponto em que você testa na parte de trás de um colher ou em um prato se o creme está ralo ou engrossando. Você molha a colher ou coloca um pouco do creme em um prato, passa o dedo no meio e se eles não voltarem a se tocar novamente está pronto. Esse é o ponto.
Farofa de paçoca: podemos facilitar utilizando a famosa paçoquita, saborosa e sem trabalho algum, é só esfarelar.
Referência:
"400g Técnicas de Cozinha"
ASSIS, Célia de (Coord.). São Paulo : Nacional, 2007. 568 p.
Sol Caldeira
 


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pamonhas de Piracicaba

Quem nunca ouviu falar nas Pamonhas de Piracicaba!! Pois é, a Chef Sol Caldeira foi até uma fábrica de pamonhas, no município de Charqueada, na região de Piracicaba, para mostrar  como se faz a autêntica pamonha.
 O nome "pamonha" vem da palavra tupi pa'muña, que significa "pegajoso".
A região de Piracicaba se tornou famosa por sua grande produção de pamonhas e pelo famoso jargão nos altos falantes dos vendedores. Acessem ao link para escutar o jargão mais famoso do Brasil.  http://www.youtube.com/watch?v=6icte9zKsMM.
A  “Fábrica Di Pamonha” começou há 17 anos atrás, na cozinha da casa dos atuais proprietários,  com a venda das primeiras 10 pamonhas e desde então nunca mais parou. Atualmente, a produção é de 20 mil pamonhas por mês. O processo global compreende desde  a produção do milho, sua colheita e, em seguida, o preparo da pamonha, o qual é  feito em uma instalação construída há 4 anos, com uma infraestrutura  de fábrica, para atender a demanda. A produção é realizada durante a madrugada e tudo é vendido fresquinho pela manhã. Não há armazenamento das pamonhas, já que é um produto perecível e para manter a qualidade toda a produção é comercializada no dia.
O processo, que parece ser simples, na verdade é muito trabalhoso. Começa com a colheita do milho, separação da palha para a embalagem, limpeza do milho, debulhagem da espiga, em seguida moagem, peneiramento  e separação do suco de milho. Essa é a hora de acrescentar o açúcar (na medida certa!) e colocar essa mistura na palha. Depois é só fechar a palha e levar para cozimento em água fervente por 1 hora, retirar e servir. É o puro creme do milho!!!

Dica da Chef: Pamonha doce com creme inglês e farofa de paçoca, acompanhada  de uma taça de Chardonnay (vinho branco). Também pode ser servido com uma bola de sorvete de sua preferência.
Recomendação: sorvete de coco ou de nata.
 
Sol Caldeira


 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um pouco sobre mim

Sou Solange Caldeira Chitolina, conhecida profissionalmente como Chef Sol Caldeira, nascida e criada na cidade de Piracicaba, onde resido atualmente.  Sou formada no Senac de Águas de São Pedro/SP  no Curso Superior de Gastronomia, em 2006. Minha experiência, porém, se iniciou em 2003 trabalhando em eventos, com uma empresa do setor alimentício, na cidade de Piracicaba, daí a decisão de realizar o curso.  Durante o curso comecei estagiando no Ristorante Bravíssimo de Piracicaba, onde cooperei por 6 meses, logo após no Yacht Club de Ilhabela, por 2 meses como estágio de férias, tendo o privilégio de trabalhar em eventos com a Chef Morena Leite do restaurante Capim Santo e o Chef João Belezia, especialista em eventos. Logo em seguida parti para uma fantástica experiência de trabalhar, por 10 meses, no South Seas Island Resort, em Captiva Island, Florida, EUA. Neste local tive a oportunidade de trabalhar em todos os setores da área, como banquetes e eventos, incluindo cafés da manhã, casamentos, almoços e jantares, restaurantes à la carte e lanchonetes.   
Depois de começar a trabalhar com culinária, meu envolvimento com a profissão foi se tornando mais intenso e progredindo até me tornar Chef e hoje  também Consultora.
Em minha volta ao Brasil, me envolvi com algumas cozinhas, como a cozinha Baiana na Pousada Villas de Trancoso/BA, a Portuguesa do Bar Seo Gomes/SP, assim como a Brasileira, no Restaurante Tordesilhas da Chef Mara Salles/SP. Por três meses fiz parte da banca selecionadora do concurso Receita Milionária da Knorr, na cidade de São Paulo, na qual optei em morar e trabalhar. Por uma feliz coincidência, fui convidada a atuar como Chef de Cozinha do Bar Tubaína, que iria iniciar suas atividades, e  onde fui responsável pela montagem da cozinha, elaboração e desenvolvimento do cardápio, assim como seleção e treinamento de equipe. Uma época muito feliz e de realizações pessoais, pois pude por em prática toda minha experiência já conquistada, assim como continuar o aprendizado. O tema do Bar “Tubaína”, o qual possui uma carta de aproximadamente 30 tubaínas, incluindo nossa piracicabana Tubaína Orlando, me fez voltar às raízes e poder criar um cardápio com minhas próprias referências e identidade e, claro, com qualidade gastronômica, seguindo as tendências do Comfort Food. Neste local, atuei por dois anos como Chef responsável e também como Consultora, tendo trabalhado em sintonia com as sócias e proprietárias, Danyela Gato e Verônica Goyzueta. Nesta época também tive a oportunidade de realizar um workshop da Boa Mesa como Chef convidada para apresentar um prato criado juntamente com minha mãe. Uma grande satisfação.
Prestes a completar 10 anos de profissão no setor gastronômico, sinto-me apta para expandir minhas atividades na área de Consultoria, podendo orientar e treinar empreendedores, proprietários e colaboradores do setor de restaurantes, bares e lanchonetes no conjunto de atividades de cada setor, na busca da qualidade e eficiência de serviços almejados pelo cliente.
Além dessas experiências, em  fevereiro de 2013 iniciei minha graduação em Gestão Empresarial na FATEC Piracicaba, para complementar minha experiência em gestão de empresas gastronômicas.